Virtuoso Amor

O sol já se pôs lá fora e eu tenho tanto pra te dizer, mas tu está longe demais pra chegar em um piscar de olhos e não quero te mandar mensagem, não, não quero mais uma mensagem impalpável. QUERO TU, QUERO NÓS, aqui e agora, em carne e osso, em sorrisos e olhares!

Talvez eu quisesse antes, talvez quis desde da primeira vez que você sorriu pra mim, mas eu dizia…. me convenci que seríamos só amigos, só isso… (só isso não, tudo isso). Pra mim bastou, porque éramos (ou ainda somos? ) amigos e tu estava perto pra sorrir pra mim quando eu só queria me afogar no poço em que me meto sem querer. E eu saía….

Saía de casa pra te ver, pra que seus olhos encontrassem os meus, para sorrirmos juntos de suas piadas (às vezes elas eram tão sem graça), mas eu ria com meu melhor sorriso porque ele era teu, e ficou sendo teu enquanto tu se fez presente.

O dia em que tu foi, nada doeu porque parte de mim me repreendia e gritava:

-Você não deve sentir dor!

-Não sofra! -As pessoas devem ser livres e felizes!

Eu queria que tu fosse o mais feliz possível, então eu não expressei reação, só sorri, e sorrimos não é? Como sempre fazíamos, mesmo se tudo estivesse desabando.

E os dias foram passando arrastado, e eu com minha mania de parecer dura, fingi que a culpa não era sua, a culpa não é sua, é minha por te deixar ir.

Mas como impedir um pássaro de voar?

Sou inteiramente contra gaiolas e não queria te dar uma com meu virtuoso amor.

E ainda não quero, mas é que o sol se pôs do jeitinho que a gente gosta e tocou aqui a música que tu recitastes pra mim um dia, e não teve jeito, teu sorriso invadiu minha mente e uma lágrima inibida desceu.

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